domingo, 8 de janeiro de 2012

Espíritos - parte I

O começo    

     É incrível como certas coisas nos acontece. Já teve aquela sensação de já ter estado num lugar onde nunca esteve? Já sonhou com pessoas que nunca viu? Já passeou enquanto dormia? Eu já. 
     Há quem não acredite. Eu, por mim, mesmo já tendo vivido este tipo de experiência, não digo de boca cheia "Acredito". Certas coisas são inacreditáveis. Nem mesmo com experiência pessoal encontra-se palavra suficiente que nos convença do fato.
     Então por quê estou escrevendo? Tento exprimir com minhas companheiras, as palavras, a sensação do absurdo, do inacreditável, do mistério.
     A primeira vez que ocorreu o 'fato', como era algo desconhecido fiquei um pouco apreensiva. Com um pouco de medo, confesso. Não sabia o que era ou o que poderia ser, ou não queria acreditar no que era. Dúvidas, todo o mistério gera dúvidas. 
     Mas, creio que o medo era mais pela razão das batidas do coração: aceleradas. A sensação física era de duas mãos gigantes segurando o meu corpo e o apertando causando formigamento. A voz grita sem poder ser ouvida. E espectros voando a minha volta, ora enormes e ora tão pequenos que podiam atravessar meu corpo. Faziam isso na minha cabeça, ultrapassando-a como se quisessem penetrar meus pensamentos e colher meus mais profundos segredos. Isso sim, era assustador. Poder saber algo sobre mim que somente eu e Deus sabemos.
     Por vezes me vi em situações de ser duas, cada uma numa posição na cama. O corpo dormia e o espírito queria sair, andar, passear. Ainda bem que tinha medo, a mente interligava as duas partes de mim e elas não sabiam se seria possível retornar desta aventura. Por mais tentada pela curiosidade que eu fosse, jamais me arrisquei o suficiente. E nem quero. Não me sinto neste direito.
    O fato ocorreu por mais duas ou três vezes até meus dezessete anos. Eu sempre fiquei imaginando o motivo de isso ter acontecido comigo. No fundo eu sabia e não queria pensar. Mas há coisas que não podem ser evitadas por tanto tempo. E assim, nos deparamos com o que é inacreditável e com o que é inevitável. 
     E aos dezessete anos, aconteceu o que mais tarde viria a ser o mais impossível, inacreditável e assustador episódio da minha vida.

                                                   continua...


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