segunda-feira, 28 de maio de 2012

Perdidos e achados

Olá! Já faz um tempinho que não escrevo.
Semanas agitadas, as duas últimas! Curso de bolo cenográfico, casamento de primo
e outras coisinhas.
Bom, hoje, eu estou arrumando aquilo que chamo de atelier/escritório, o meu cantinho. Todo mundo tem um.
Aquela parte da casa que parece uma extensão da gente, onde guardamos tudo o que mais gostamos e onde fazemos nossas artes, escritos e divagações sobre a vida passada, presente e futura! e, é claro, todos sabemos que sempre encontramos algo que nem sabíamos mais que existia. No meu caso, um escrito. Palavras dispostas num pedaço de papel que nem era para rascunho.
Eu achei um bloco de recibos no qual, em 24/05/2007, escrevi em seu verso o seguinte:

     " Oi, procuro alguém
com quem passar
horas agradáveis,
a perder de vista.

    Alguém inteligente,
divertido, educado.

Alguém que saiba
conversar sobre
assuntos importantes e
desimportantes,
profundos e
superficiais.

Que saiba contar
piadas,
mesmos que
sem graças.

Que conte tudo
e não fale nada.

Alguém que conte
estrelas e não
diga quantas há.

Que queira rir
do sério e
leve a sério uma
boa risada.
E gargalhe de
ambos
mesmo chorando.

Procuro alguém
que mesmo
sozinho
não seja só.

Procuro alguém
que como eu
queira viver
queira sentir
queira se divertir
sorrir.

E, acima de tudo,
alguém que queira
e saiba amar.

Amar com ternura
com loucura
com paixão
com coração.

Alguém que
queira se
dividir ao
se multiplicar.

Sobretudo, alguém
que mais do
que me querer
também queira
ser querido!"

                   Regina Célia Costa


               





sábado, 19 de maio de 2012

Ai ki delícia de sábado!

   Não tive escolha, tive que usar o 'chavão' de Narcisa.
  Realmente, tive e estou tendo um sábado delicioso. Sozinha em casa desde às sete da manhã! Isto é maravilhoso, repito: m a r a v i l h o s o!
   Marido foi trabalhar e meu Dudu Wagno foi para a casa da avó. 
   O quê fazer sozinha em casa? Aproveitar o sossego, o silêncio. Não ter que ouvir a todo instante:
   - Mãe! Mãe!
   Naveguei na internet, pescocei no Pagseguro, na Lomadee, no Facebook. Lí meus e-mails, etc.
   Lanchei na hora do almoço meio pão com fritada de calabresa com requeijão e cebola, tomei uma xícara de café instantâneo. Fiz e estou fazendo o quero. O único som nesta casa, além do meu, são única e exclusivamente os que eu permito, ou seja, o da tv.
   Já fiz o meu pé, que por sinal é lindo, desafia toda a minha estrutura: pequenininho, tão lindinho meu pézinho!
 Assisti dois filmes: 'Armações do amor' (Failure to Launch) com Sarah Jessica Parker e Matthew McConaughey, 'Mamma Mia! o filme' (Mamma Mia!The Movie) com Meryl Streep, Pirce Brosnan (gatíssimo) e outros. Ri e chorei no primeiro, chorei e ri no segundo. Cantei, dancei, gritei. Me esbaldei sozinha em casa. Amo filmes. Curto todos os gêneros, exceto terror e aqueles com muita violência ou palavrões.
   É ótimo estar sozinha comigo mesma, sozinha de verdade, sem ninguém por perto. Não ter que fazer coisas para os outros. Ter meu dia só para mim. Como isso faz bem. Ah, e sem louça para lavar, sem almoço para fazer. Um dia só meu. Adorooooooooooooooo!
   Agora, estou aqui escrevendo, tomando um copo de 'cerva'. Vou tomar um banho demorado do jeitinho que mereço, sem precisar me secar; gosto de me deitar e deixar o 'corpo secar sozinho', curtir um tempinho no quarto escuro, ficar relaxando. Meu momento, meu, meu, só eu!
   Depois eu me arrumo, pois vou me 'estressar' no shopping, comer um chedar mcmelt, jogar boliche ou aquele jogo dos 'piratas' emocionante! Tomar um shopp, andar e andar (como se eu gostasse mesmo disso - andar, kkkkkkkkkkkkk).
   Estou indo pro banho. 
   Mas, deixo o conselho: escolha um dia e dispense todo mundo. Isso faz bem!
   Ah! E os filmes eu recomendo!
   Bom sábado!


                           Regina Célia Costa

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Na espreita - parte três

    Pois bem, David decidira abrir o tampo e seguir seu destino. Sabia que não havia como fugir do que estava escrito. Sua vontade de terminar com o sofrimento da dúvida e as incertezas a cerca de seu futuro, tornaram-se maiores que o medo.
    Durante anos, ele alimentara o medo das consequências que recairiam sobre a humanidade, caso seguisse o inevitável. Mas, não tinha jeito. David não aguentaria um só dia o fardo deste medo. O fim chegou e sabia que este era apenas o início de tudo.
    Começou a destravar o tampo de vidro. Eram ao todo sete travas, para cada uma havia um código diferente. Tais códigos foram ensinados a David mesmo antes de aprender a ler ou escrever. Foram sua primeira lição. Cada um deles era formado por sete algarismos e três letras. Uma combinação difícil de ser memorizada que representam parte de sua tortura mental.
    Respirou fundo e começou. O código da primeira trava veio-lhe a mente tão fácil como se pode dizer o próprio nome.
    -A primeira trava é 6F66G0357L. Falou em voz alta e ouviu um 'treck'.
    Sentindo um frio no estômago, mas continuou:
    -A segunda trava é  K154P137R9.
    David estava temeroso e ao mesmo tempo convicto.
    -A terceira: 87Z310T2H4.
    -A quarta trava: 666B333Y1A. Suava frio, seu cérebro fervia, suas mãos tremiam.
    Seu pensamento retornava à infância que perdera por causa destes códigos. Achava não ter sido justo para uma criança tal responsabilidade. Perdera momentos divertidos. Porém, agora entendia sua missão e sabia que protelara por tempo demais.
    -A quinta trava é W798E1563B.
    -A sexta: D58FG94761
    Fora treinado para eliminar qualquer tentativa de fuga e, na hora certa, para agir com precisão. Às vezes pensava que a hora certa já havia passado. Por outro lado, sabia que o momento de cada ato ocorre quando deve de fato ocorrer. Chegava assim, ao instante derradeiro.Respirou fundo mais uma vez, relembrou a sétima e última senha. Ponderou com a sapiência da retórica, seguiu adiante.
    -A sétima trava eu abro agora e seja ...
    Ouviu, neste instante,  um estrondo ensurdecedor, sua cabeça doeu e girou. Seu braço tomou uma direção como se estivesse no 'piloto automático'. Ao mesmo tempo, ouviu uma voz que chegava até ele anunciando seu mais agonizante momento, que também significaria sua liberdade.
    -David, está na hora!
    -Hã? O que foi? O que está...?
    -Mãe, o David ainda está na cama! Gritou seu irmão caçula, passando por seu quarto.
    - Sua praga de menino! Foi você que pôs esta porcaria de despertador no meu quarto? Esbravejou David.
    -Mãe, o David está brigando comigo!
    Sabedora da implicância entre os dois, Laura nem ligava muito para suas reclamações. Chegou no quarto do filho para apressá-lo.
    -David, anda logo. Estamos atrasados para a escola!
    -Já sei, mãe! Já sei!
    E David deu risada do sonho estranho que teve. Foi para o banheiro escovar os dentes e se arrumar. Sua mãe lhe perguntou se passara bem a noite, pois sua cama estava molhada de suor e nem estava tão calor assim. Ao que David respondera:
    -Sonho? Um sonho e tanto! Acho até que vou escrever uma história baseada nele.

    E fim!

                          Regina Célia Costa

 

   

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